O baiano Plínio Xisto chegou no Rio de Janeiro para trabalhar na peixaria do primo de seu pai. O cara era uma figura! Para ele não tinha tempo ruim! Mas tinha um defeito, um mal que herdou de seus antepassados: era mulherengo. E o pior que ele se gabava disso!
Dizia sempre: ” Eu não nego o meu sangue, mulher é um vício que me fascina! “
Lúcio e seu pai Vando, o comerciante dono da peixaria, morriam de rir dos causos das aventuras amorosas de Plínio Xisto.
O jovem baiano teve um caso com uma coroa, uma escritora capixaba, Milane Cíntia. ” Aquela mulher era cheia de frescura, mas caiu em minhas garras…”
Eram histórias hilárias, mas ao mesmo tempo tristes por nos apresentar uma característica machista que ainda impera em nossa sociedade.
Plínio era um cara que se achava o tal com as mulheres! Lúcio, que tinha um comportamento mais tranquilo, não gostava das atitudes do primo.
Lúcio namorava Nardele uma jovem recém chegada do interior de Minas, e que trabalhava como recepcionista de uma clínica médica.
Os dois tinham um namoro certinho, haja vista eram evangélicos.
O namoro é uma etapa, é um período para o casal pesar, avaliar… E é isso que seguiam!
Lúcio trabalhava no caixa da peixaria de seu pai. Plínio era peixeiro, tinha mais um além dele.
O baiano era descarado mesmo… Não podia ver um rabo de saia! Sempre soltando piadinhas.
Lúcio pedia para o primo maneirar, segurar a onda… Pois seu pai não admitia isso e acabaria mandando o baiano ir de volta pra sua terra.
Plínio debochava, dizia para Lúcio que mulher gosta de homem safado.
Dizia que o primo era muito bobo, e que se ele “não chegasse logo nos finalmentes” com Nardele apareceria outro para satisfazer os desejos da mineira.
“Primo, tu é mole demais… Coloca essa chibata pra trabalhar! Ah, se fosse eu… Já mostraria para ela que eu não brinco em serviço…kkkk! “
Plínio perturbou tanto o primo… Mas tanto mesmo! Tanto que… Por pouco o pior não aconteceu, um homicídio.
Lúcio chegou a olhar pra peixeira sobre o balcão, veio o pensamento inconsequente de desferir uns golpes no baiano. Mas Lúcio orou em silêncio, respirou fundo e se acalmou.
A conversa cessou e ambos voltaram a focar no trabalho.
Daquele dia em diante Lúcio passou a orar todos os dias para que seu primo Plínio se convertesse dos maus caminhos e se entregasse para Deus.
As orações de Lúcio começaram a surtir efeito, Plínio foi aos poucos começando se chegar para Deus.
Mas o jovem baiano ainda era afoito pra namorar, ainda não tinha se libertado dessa vida.
Logo quando chegou ao Rio namorou Jandira, uma jovem tranquila de família. Vacilou com ela quando a traiu com uma piriguete que sempre aparecia lá na peixaria.
Lúcio abriu o jogo, disse que o Plínio tinha namorada.
Plínio não gostou do primo ter contado isso, mas depois sorriu dizendo ” Ela está na minha mão, vai me aceitar… Vou ficar com as duas! Kkkk”
Lúcio repreendeu aquele mal na vida do primo.
Vando dizia para o filho não se intrometer na vida do primo.
Lúcio obedeceu o pai e ficou só orando pelo primo.
Plínio começou a abrir o coração para Deus. Todas as noites, ao findar do expediente na peixaria, ia para os cultos
junto com o primo.
Lúcio se encontrava com Nardele lá na igreja.
Plínio começou a querer forçar uma mudança, só para agradar o primo e o tio. Errou nesse ponto, pois a mudança tem de acontecer naturalmente… Certo de que temos de dar o primeiro passo, mas devemos ouvir a voz de Deus e ter em nossa mente que a mudança ocorre paulatinamente de acordo como nós vamos nos dando para Deus. Plínio estava muito mais preocupado com o que os outros iriam ver com a mudança da vida dele do que com Deus. Plínio não entregava sua vida, seus desejos totalmente para Deus, e foi aí que caiu na armadilha do mal.
Em suas horas vagas, quando não estava trabalhando, passava o tempo só na internet.
Até mesmo no trabalho, quando o movimento caía, ela se voltava para as conversas online.
Conheceu Silvina, uma graciosa morena de sorriso bem simpático moradora de Xerém.
Tinha duas filhas menores, uma de 7 e outra de 9 anos.
Era separada, congregava em outra igreja diferente da que Plínio frequentava.
Olhava as fotos de Silvina, e seu coração já acelerava. ” Meu Deus, esta é a mulher dos meus sonhos!… “
Começou a puxar conversa com a mulher.
Tirava fotos na peixaria, fotos também no sítio do seu tio, sítio enorme com piscina… Só pra mostrar à mulher. E conversa vai conversa vem… Marcaram de se encontrar. Pouco tempo de conversa, na mesma semana. Encontraram-se na rodoviária de Nova Iguaçu e dali seguiram para o shopping.
Plínio, embora tivesse um histórico de homem sem vergonha, ao ver Silvina ficou um pouco travado, queria mostrar que era um homem educado, sem avançar o sinal. Ficou até meio tímido, Silvana segurou em sua mão e foram caminhando e conversando. Plínio foi acelerando os passos, Silvana pediu pra caminhar devagar.
Chegando lá na praça de alimentação do shopping, Silvana começou a falar de sua vida, sua família, aquilo que espera em um relacionamento, suas experiências, sua situação financeira que não era boa. Plínio a ouviu atentamente, olhou depois para seus lábios carnudos, sentiu vontade de beijar mas se segurou.
Silvana começou a elogiar Plínio, falou que ele era forte, tinha uma boca linda e o beijou.
Plínio flutuou com aquele beijo!… Que morena!…
Plínio disse que Silvana era mais linda pessoalmente.
Depois de duas horas de conversa, depois de lancharem, Plínio a levou para a rodoviária, pagou a passagem do ônibus dela de volta pra casa.
E foram conversando sempre pelo telefone, a cada semana se encontrando.
Plínio a chamou para ir com ele aos cultos voltados para a vida sentimental, Silvana aceitou. Uma vez na semana eles se encontravam na rodoviária e iam para as palestras na igreja.
Lá ouviam a pregação, a Palavra de Deus voltada para a vida sentimental.
O pastor orientava sobre a necessidade de se guardar, viver a vida com Deus, não seguir o coração, enfim fazer a nossa parte e Deus vendo o nosso esforço ele abençoa. Quem é solteiro mantenha uma aliança com Deus, faça morrer os desejos da carne e se valorize, não traia a si mesmo. Ame a si mesmo, seja fiel a Deus!
Plínio e Silvana oravam, pareciam que estavam dispostos a obedecer… Mas só parecia!
Ao sair do culto, o baiano que já não estava suportando tanto tempo sem ter relações sexuais, 4 anos desde que se “converteu”, foi com Silvana até uma praça bem florida, num ponto mais tranquilo da cidade.
Silvana sentou no colo de Plínio, ” Posso?” Perguntou a jovem senhora, Plínio estava com o coração acelerado, a abraçou bem forte.
Silvana vendo que o seu namorado estava a ponto de bala, começou a sorrir, segurou em sua mão e foi levando a deslizar sua mão pelo seu corpo.
Pronto! O casal tinha cedido à tentação! Caíram! Plínio a chamou para o motel!
Silvana a princípio disse não, que não era da vontade de Deus.
” Plínio, tenho medo de desagradar a Deus! As palavras do pastor tocaram em minha alma! Acho melhor a gente esperar um pouco! “
Plínio disse para sua namorada que se casaria com ela, que Silvana era mulher de sua vida e que ele também queria.
” Silvana, eu sei que você quer!… Nossa aquele sua foto bem sensual com aquela lingerie mexeu muito comigo!… Vamos meu amor! Conheço um motel bem bacana aqui próximo, um local bem aconchegante! “
Silvana enfim cedeu, ” Você quer mesmo? Ah, meu amor, eu estou precisando mesmo, minha vida não está fácil!… Quero voar de prazer em seus braços! Vamos!”
Seguiram rumo ao motel.
Mas primeiro fizeram um lanche, pois era hora do almoço.
Depois, de barriga cheia, foram saciar a fome de sexo!
Chegaram na portaria do motel, Plínio pagou para um período de até 6 horas. Entraram no quarto, ficaram impressionados com a cama redonda, o teto espelhado.
Silvana foi logo tomar banho. Plínio estava nervoso, já excitado.
Silvana saiu do banheiro e começou a acariciá-lo.
Neste momento, Plínio negou fogo, foi só Silvana deitar em cima dele e cinco minutos ejaculou.
Plínio foi péssimo, deixou Silvana só na vontade!
No momento em que Silvana acariciava Plínio, ele ouviu uma voz o acusando de ter desobedecido à Deus.
Foi aí que o baiano murchou, e só decepção!
Silvana ainda insistiu, colocou fantasias…
Mas nada deu certo!
Silvana se aborreceu e foi embora! Plínio a levou até a rodoviária e na despedida não teve beijo pra valer, aquele beijo de amor. Somente aquele beijo frio acompanhado da cara de frustração de Silvana!
Ainda conversaram pelo whatsapp, Plínio tentou a convencer que ela veria o fera que ele era na cama.
Mas Silvana acabou o namoro! Disse que Plínio não a satisfez, disse que era muito foguenta.
Plínio então se entregou ao choro de lamentação,
pois quem não obedece à Deus cai na armadilha do mal.
Quanto às Lúcio que obedeceu a voz de Deus, vive uma vida feliz ao lado de Nardele.
O casal vive muitas lutas, mas a felicidade é que eles obedecem à Deus!
São um casal abençoado!
( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima)