O espelho não me condena,
Apenas me mostra a realidade.
Onde todos vêem paisagem sombria da velhice,
Eu vejo, para chegar até aqui,
Muita maturidade.
Não é o que os olhos vêem
Que define a luz do saber viver,
Mas sim o não guardar na alma
Atitudes que despertam o atraso.
Eu não preciso fingir,
Fazer intervenções cirúrgicas
Para que me aceitem,
Para que eu faça parte do mundo da ilusão,
Mundo que traz o lema felicidade maquiada.
Eu não falo assim no intuito de criticar,
Pois cada um tem o seu viver,
É dono do seu dinheiro e faz com ele
O que bem entender.
Mas, sinceramente, para mim artificialidade
Não tem nada a ver com felicidade.
Eu me vejo no espelho
E me descubro na liberdade
De ser quem eu sou,
Um ser que não se esconde
E é amigo do tempo.
Pois agora o tempo que eu vivo
É o tempo da felicidade de conseguir chegar até aqui.
( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima )